alguém ainda me há-de explicar como se enche de novo um copo que nunca esteve cheio...

tempos mortos

não há volta a dar, não me convencem. de um lado dizem-me que o copo está meio cheio, do outro que está meio vazio. ora eu sou o gajo que acha que alguém roubou o raio do copo, isto nos dias em que me sinto bem.

qualquer coisa

o meu é maior que o teu mas o teu pai é policia rebenta a bolha tudo vezes infinito ganhei.
não me perguntes, não queiras saber. ficamos melhor assim, alheios uns aos outros, seleccionados aleatoriamente para estarmos aqui, ou onde quisermos...
e é a musica no ar que não nos deixa cair e nos ajuda a abrir os pulmões para gritar, agora ou quando quisermos.aumento o volume para não me ouvir pensar e é inútil, começo pelo fim para fintar um ou outro neurónio (literalmente) mas em vão.sou perseguido por ideias idiotas...em catadupa.
invento uma solução,o fumo como anestesia.sento-me, enrolo um pouco da tal especiaria.acendo-a, inspiro e fico á espera...
1 2 3 acabou o tempo passa a outro e não ao mesmo quem diz é quem é chispas.
não adianta, mesmo azamboado (claro que esta palavra existe) com o nevoeiro continuo desatinado,desajustado,pouco inteligente,desastrado, em suma normal. resumindo um idiota.mas não me fico por aqui...admito. sou-o sim porra, porém um sublime (magnânimo diria mesmo) idiota!
bate-me á porta, sussurra-me ao ouvido;devora-me, lambe os dedos e baza...usa e abusa,consome-me de um só golo.leva-me pra casa e dá-me colo.
esquece tudo o que não te disse,  procura-me e quando me encontrares finge que não me viste mas abriga-me da chuva, aconchega-me nos teus lençóis e faz-me voar. leva-me a passear,mata-me a ressaca com doses industriais de ti...quando acabares deixa-me sozinho a curtir os resíduos.
estou bem assim com as respostas que não tenho para tudo o que não me interessa saber.

era uma vez um rascunho

não é um bloqueio é toda uma barricada que se estende por mim afora, por mais que tente nada sai. e quanto mais tento menos sai. conclusão a vontade de escrever é proporcionalmente inversa á capacidade de o fazer nos momentos certos. no meu caso obviamente. e assim me despeço, sem mais caracteres.

quando é que abre a caça ao coelho?

aguenta e não chora

este governo faz-me lembrar (da pior maneira possível) aqueles vídeos do arquitecto taveira que andavam a circular na net aqui há uns tempos. sinto-me basicamente de cu para o ar a ser sodomizado enquanto me dizem coisas do tipo "não faças força" e "queres mais óleo?vais ver que não doí nada".

Grão de areia (ou as coisas que não me afectam nada)

um bom exemplo de algo que, actualmente, não me irrita nada é esta novidade das SCUTS com portagens. o que por si só já é suficiente para não despertar qualquer tipo de emoção em mim, até porque sou uma pessoa fácil e que quase nunca se exalta. ora se eram auto-estradas sem custos para o utilizador quem terá sido o génio que resolveu começar a cobrar? a sério como é que ninguém se tinha lembrado ainda de começar a cobrar portagem no raio das estradas sem custos para o utilizador? talvez porque fossem "sem custos" não é? será que a criatura se deu conta do erro e insistiu por birra? é algo que me ultrapassa,,entretanto o que acontece é que entopem as estradas nacionais com outra coisa que realmente não me afecta, quer dizer, não me aquece nem me arrefece, que são tipos que, sinceramente, não deveriam estar habilitados legalmente para circular na via publica. ponto. mas mesmo ponto. não deviam circular,nem a pé. "ah mas é que eu tenho fome e não como há três dias", não interessa, volte lá a pôr o pézinho dentro de casa. e mantenha-se por lá. "ah e tal mas é que eu tenho aqui uma forte dor no peito e extrema dificuldade em respirar". ora bem, deixe cá ver... não. faz pisca para a direita e vira para a esquerda, anda a 50 á hora agarrado ao telemóvel, ou a observar o que se passa numa qualquer berma da 125, eh pá... não, lamento, e, repare que sou muito bom a lamentar, mas não. e pronto são coisas que não me chateiam nada.

ontem fui colher politicos, não havia um maduro. mesmo assim tentei espremer um ou dois mas não me serviu de nada. é coisa que não tem sumo pá...

outro dia tentei cozinhar um politico.
não resultou, é coisa que se pega muito ao tacho...

um certo cansaço

tinha tanta razão que ás vezes não era sequer razoável...
áspera ao toque, amarga no sabor, uma iguaria daquelas de que se aprende a gostar com insistência e tempo mas que no fim nos traz um extremo prazer. não só a  sua degustação mas todo o o processo de aprendizagem que antecede o momento.

sopa de entulho

uma encomenda fatal acabara de chegar. um embrulho de tal maneira embrulhado que se tornava difícil de desembrulhar. caixas dentro de caixinhas que por sua vez encaixavam em mais caixinhas de diferente tamanho mas de cor e formato exactamente iguais. e cada caixa se julgava de alguma forma, geralmente cúbica, mais funcional do que as outras. uma verdadeira marabunta, uma armadilha camuflada aos olhos mas que saltava ferozmente á vista, num ataque furtivo dirigido ao centro da testa com precisão nanométrica. e assim aconteceu que um dia começou a desmontar o "monstro", caixinha por caixinha, encontrando-as, umas atrás das outras, vazias. moral da história mais vale duas na mão do que três na prisão, e tá feita a sopa de entulho, na hora com tudo fresquinho acabadinho de colher ali na horta, meninos prá mesa!